16 Fevereiro, 2018
Mudança intolerável
Querem esvaziar as Unidades de Cuidados na Comunidade.

 

A reforma dos Cuidados de Saúde Primários determinou, entre outros aspetos, uma reorganização da direção, do funcionamento e da organização dos centros de saúde. Os profissionais foram divididos em pequenas equipas e alocados às designadas Unidades Funcionais:

i) Unidade de Saúde Pública;

ii) Unidades de Saúde Familiar (USF) e de Cuidados Personalizados (UCSP);

iii)Unidades de Cuidados na Comunidade (UCC) que prestam cuidados de saúde e apoio social de âmbito domiciliário e comunitário, especialmente às pessoas, famílias e grupos mais vulneráveis, em situação de maior risco ou dependência física e funcional ou doença que requeira acompanhamento próximo, e atua ainda na educação para a saúde e na integração em redes de apoio à família. São estas UCC que asseguram os Cuidados Continuados em contexto domiciliário;

iv) Unidades de Recursos Assistenciais Partilhados (URAP) que presta serviços de consultoria e assistenciais às unidades funcionais anteriores.

Agora, o Ministério da Saúde pretende esvaziar as UCC de parte da sua missão e de recursos, atribuindo-os a outra Unidade (URAP).

Esta mudança terá por objetivo restringir a missão das UCC aos Cuidados Continuados e concessioná-las a Misericórdias, IPSS, Autarquias? Há alguma lógica corporativa?

É intolerável e inadmissível.

CORREIO DA SAÚDE
Artigo de José Carlos Martins, Presidente do SEP
Publicado no Correio da Manhã de 15-02-2018