14 Agosto, 2014
O Ministro da Saúde não responde às exigências dos enfermeiros do Hospital de Santarém onde faltam 170 enfermeiros. Foram autorizadas apenas 17 contratações.

Os enfermeiros do Hospital de Santarém decidiram em plenário enviar ao Ministro da Saúde uma caracterização da realidade com que estão confrontados e deram um prazo até dia 14 para que fossem contratados mais enfermeiros. O Ministro não respondeu. 

Denunciam agora, publicamente, a realidade do Hospital. Entre Janeiro de 2013 e 30 de Junho de 2014, saíram 21 enfermeiros. A “contratação” de 8 enfermeiros em Novembro de 2013 não foi mais que a contratação definitiva dos que, estando a recibo verde, já exerciam funções no hospital de Santarém. O número de enfermeiros com ausência prolongada atinge uma média permanente de 40 enfermeiros/ano – nenhum é substituído.

As consequências são a diminuição de enfermeiros por serviço e por turno e situações de ruptura.

Na Urgência estão menos 2 enfermeiros nos turnos da manhã e tarde. Os serviços de Medicina estão um caos com os enfermeiros a serem utilizados a 180% de acordo com a classificação de doentes com imposição de mais 30, 40 horas por enfermeiro,  nas 4 semanas. A unidade de cuidados intensivos está em iminente rutura. O hospital não tem enfermeiros para assegurar o acompanhamento para o exterior (exames, e transferências) de doentes. Sistematicamente recorre-se a enfermeiros dos serviços para o fazerem ficando estas unidades abaixo dos mínimos. Assiste-se à sistemática programação ilegal de horas extraordinárias. Os horários não cumprem as 160 h/enfermeiro e as horas a mais não estão identificadas como trabalho extraordinário. O Serviço de UMDC deve 400h aos Enfermeiros. O serviço de Urgência deve aos profissionais cerca de 900h.

Os Enfermeiros recusam-se trabalhar em condições deploráveis. A ausência de resposta do Ministro da Saúde é deplorável.

Enfermeiros responsabilizam Ministro da Saúde/Governo pelas consequências destes 4 dias de greve!