11 Abril, 2016
Desde 15 de março que os 9 doentes de Hansen, do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro, estão sem cuidados de enfermagem, das 19 às 8 horas, apesar do seu grau de dependência.

 

 

Segundo o SEP, apesar da Lepra (Doença de Hansen) estar praticamente erradicada desde a década de 80, ainda há pessoas vitimas desta doença em Portugal. Alguns deles, estão institucionalizados no antigo Hospital Rovisco Pais, actualmente, Centro de Medicina Física e Reabilitação da Região Centro (CMRRC).

A média etária destes doentes é, compreensivelmente alta, cerca dos 85 anos, o que significa que na sua maioria são dependentes dos enfermeiros para o desenvolvimento das suas actividades básicas diárias.

É num quadro destes que os enfermeiros foram confrontados com a informação que a partir de 15 de março deixariam de permanecer 24h/24horas no serviço sendo imposto, em contrapartida, turnos de 10 horas, das 9 às 19h. O restante período, é exigido que seja assegurado por enfermeiros alocados à consulta externa ou da reabilitação geral. Esta medida é tanto mais grave já que a partir das 19 horas, ao enfermeiro no exercício de funções na reabilitação geral, acresce aos 35 a 40 doentes habitualmente ali internados os 9 doentes de Hansen e ainda os doentes da Unidade Habitacional.

Esta medida economicista, no entender do sindicato, terá consequências para todos os doentes e relembra que a especificidade e os graus de dependência dos doentes impõe que seja alocado um número de enfermeiros, generalistas e especialistas de vários domínios de especialização, que garante o acompanhamento global destes doentes.