A não-autorização por parte do governo para contratar mais enfermeiros tem tido como principais consequências o cansaço físico e psicológico das equipas de enfermagem, a ausência de condições de prestação de cuidados em segurança, o consequente aumento do absentismo dos profissionais.

Esta carência alargada no setor da Saúde resulta também no aparecimento de listas de espera em instituições que tradicionalmente não as tinham e o seu aumento na maioria dos restantes. Daqui resulta o envio de doentes para o setor privado, que “agradece”.

A 1 de julho de 2018, todos os enfermeiros do Setor Público com Contrato Individual de Trabalho passarão para 35 horas semanais. Prevê-se a ruptura total.

Estamos, por isso, em contagem decrescente para que o governo autorize as instituições de saúde a contratarem os enfermeiros em falta.

 

EM CONTAGEM DECRESCENTE
PELA CONTRATAÇÃO DE

1.976 ENFERMEIROS

 

total nacional

 

If custom countdown is giving an error you may need to enable javascript - please visit Support Center for support.

 

Reunimos neste mapa os ENFERMEIROS QUE É PRECISO ADMITIR para fazer face às necessidades que surgem com atualização do horário para as 35 horas semanais – e tendo em conta o número de enfermeiros que se encontrava no ativo em outubro de 2017 e em abril de 2018 (entradas e saídas de profissionais), segundo os dados da ACSS (Balanço Social).

Poderás, ainda, consultar na coluna mais à direita as necessidades que as instituições reportaram ao Ministério da Saúde (as que reportaram). Esta informação ajuda-te a compreender, também, a pressão que é necessário exercer em cada local.

 

SEP | admissão mais enfermeiros em Portugal

 

 

Como escreve José Carlos Martins, presidente do SEP, na sua crónica semanal, “dos 41.346 enfermeiros a exercerem funções em outubro de 2017, 13.711 são enfermeiros CIT (com Contrato Individual de Trabalho) que realizam 40 horas semanais. Estes passarão a 35 horas semanais a 1 de julho. Para manter o mesmo número de horas de cuidados de enfermagem disponíveis aos cidadãos, até 1 de julho terão de ser admitidos mais enfermeiros.

O ‘milagre da multiplicação’ dos Ministérios das Finanças/Saúde não resolve. Somos pela contratação de mais enfermeiros para melhor cuidar dos cidadãos, e, por isso, estamos em processo grevista até final de junho.”

Colega, junta a tua voz e exige junto da tua administração a contratação de +enfermeiros!

 

 

  • Alentejo

    Esta delegação do SEP desenvolveu o documento “Condições de exercício profissional dos Enfermeiros no Alentejo”, no qual expõe os problemas mais prementes dos enfermeiros das seguintes instituições:
    - Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano;
    - Hospital de Espirito Santo de Évora;
    - Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo;
    - Administração Regional de Saúde do Alentejo.

  • Aveiro

    Acompanha a evolução da pressão junto do Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga e do Centro Hospitalar Baixo Vouga.

  • Beira-Alta

    Foi convocada uma concentração a 4 junho no Centro Hospitalar Tondela Viseu pela contratação de mais enfermeiros. Mantém-se o problema crónico da carência de enfermeiros, aumentando os níveis de exaustão física e psicológica, com maior probabilidade de erro clínico e consequente diminuição da segurança e qualidade dos cuidados prestados.

    A 14 de junho foi a vez dos enfermeiros da Unidade Local de Saúde da Guarda exigirem a contratação imediata de 50 profissionais. Aproveitaram a concentração e aprovaram uma moção onde exigem, também, que os horários de trabalho cumpram a lei.

  • Castelo Branco

    Perante a degradação dos serviços de saúde, o indeferimento sistemático dos pedidos de contratação por parte do Ministério da Saúde é um escândalo. Os enfermeiros do Centro Hospitalar Cova da Beira e da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco estiveram em plenário nos dias 11 e 14 de maio, respetivamente, onde decidiram:
    - entregar um abaixo-assinado às administrações, exigindo a contratação de mais enfermeiros;
    - estabelecer 15 de junho como data limite para obterem respostas por parte das administrações, caso contrário avançarão para outras formas de luta, nomeadamente a Greve.

    Vivem-se situações desumanas por sobrecarga de trabalho.

  • Coimbra

    A crónica carência de enfermeiros e a redução da carga horária de 40 para 35 horas a 359 enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho, a partir de 1 de julho, só vêm confirmar o que há muito o SEP exige: a contratação urgente de mais enfermeiros. Faltam 300 no Centro Hospitalar Universitário de Coimbra. Os profissionais do CHUC estiveram em greve a 3 de maio.

    A 29 de maio foi a vez dos enfermeiros do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais entrarem em greve e realizarem uma excelente concentração em frente ao hospital. Para além da necessidade de admissão de mais enfermeiros, exige-se o pagamento de cerca de 10 mil horas em dívida.

  • Faro

    Entre finais de março e maio reunimos três vezes com a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve. A admissão de enfermeiros é uma exigência emergente para fazer face à carência estrutural - e porque exigimos que todos os enfermeiros possam, efetivamente, gozar das 35 horas a 1 de julho de 2018.

    Neste momento, nesta instituição, existem cerca de 1.479 enfermeiros a tempo completo e 46 a tempo parcial. Propomos a revisão e o aumento do mapa de pessoal para 1.800 enfermeiros.

  • Leiria

    A 18 de maio, os enfermeiros do Centro Hospitalar do Oeste estiveram concentrados no Hospital das Caldas da Rainha. Em causa está o vínculo precário e os falsos recibos verdes de 30 enfermeiros. Aliada a estas situações contratuais precárias, está ainda em causa a grave carência de enfermeiros que se faz sentir nas três unidades do centro hospitalar – Hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche.

    Sobre o procedimento concursal para novos 95 postos de trabalho, o conselho de administração deste centro hospitalar afirmou que continuava sem autorização do governo, mas realçou a urgência da contratação e que, decorrente da falta de enfermeiros, estaria a equacionar o encerramento de camas.

  • Lisboa

    No dia 22 de maio, os enfermeiros do Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) estiveram em greve. A imediata contratação é uma das exigências destes enfermeiros.
    A carência de enfermeiros neste hospital provocou a redução do número de enfermeiros por turno, a realização de trabalho extraordinário programado com mais de 18 mil horas em dívida e o aumento de ritmos de trabalho.

    A 24 de maio, os enfermeiros do Centro Hospitalar Lisboa Norte estiveram em greve e entregaram um abaixo-assinado subscrito por cerca de 900 enfermeiros a exigir a contratação imediata de mais profissionais. A carência é estrutural. Desde 2010 houve uma redução de 180 enfermeiros neste centro hospitalar:
    - Só em 2018 saíram cerca de 100 enfermeiros dos quais 56 especialistas. Foram admitidos alguns, poucos, para a área da obstetrícia.
    - O serviço Cirurgia 1B e a nefrologia pediátrica encerraram por falta de enfermeiros.

    Para 1 de junho foram convocadas greve e concentração no Cento Hospitalar Lisboa Ocidental. Os enfermeiros deste centro hospitalar exigem:
    - Dotações seguras e a contratação imediata de enfermeiros para fazer face às necessidades.
    - A efetivação dos vínculos precários, para que a cada posto de trabalho permanente corresponda um vínculo efetivo.
    - O descongelamento das progressões com a contagem dos pontos justamente devidos independentemente do tipo de contrato de trabalho.

    A admissão é particularmente importante para permitir que os 803 enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho possam transitar para um horário de 35 horas semanais a partir de 1 de julho. Segundo o Conselho de Administração são necessários mais 162 profissionais
    - Na cirurgia 2 faltam 20 enfermeiros.
    - O serviço de Neonatologia encerrou quatro vagas por falta de enfermeiros.
    - Na Unidade de Insuficiência Respiratória do Pulido Valente foram realizados 89 turnos extraordinários entre janeiro e maio.

    A realidade hoje neste centro hospitalar passa pela redução do número de enfermeiros por turno, pelo trabalho extraordinário programado, pelas centenas de feriados não gozados, pela redução de folgas, pelo aumento de ritmos de trabalho e “burnout”.

  • Minho

    Os enfermeiros do Hospital de Guimarães estiveram em greve nos dias 13 e 14 de junho. São 362 enfermeiros que irão passar para as 35 horas que corresponde a menos 1810 horas de cuidados de enfermagem.

    Em reunião com a Enfermeira Diretora do Centro Hospitalar do Médio Ave e face à não autorização para contratar os 22 enfermeiros necessários até 1 de julho, é possível que a solução passe pela redução da capacidade assistencial da instituição.

    A 26 e 27 de junho é a vez dos enfermeiros da Unidade Local de Saúde do Alto Minho. Exige-se a urgente contratação de mais enfermeiros.

  • Porto

    A 17 de maio, os enfermeiros estiveram em greve e manifestaram-se à frente do Hospital São João com o objetivo de denunciarem publicamente a falta de condições de trabalho e reclamarem a contratação de mais enfermeiros. A 1 de julho exigimos que este direito seja efetivo e que não seja apenas consagrado no “papel.” Para isso é obrigatório que o Centro Hospitalar S. João admita 158 enfermeiros até ao final de junho.

    A 30 de maio, os enfermeiros da Unidade Local de Saúde de Matosinhos estiveram em greve, exigindo também a contratação de mais profissionais.

  • Santarém

    Os enfermeiros do Hospital de Santarém decidiram em plenário avançar para uma greve de três dias a 5, 6 e 7 de junho. A greve teve início às 8 horas de 5 e prolongou-se até às 24 horas de 7 de junho. Em causa está a grave carência de profissionais.

    Faltam 100 enfermeiros de acordo com as Dotações Seguras. Para a passagem dos CIT às 35 horas a administração reportou uma necessidade de 28 enfermeiros. Entre outubro de 2017 e abril de 2018 saíram 10 - obrigatoriamente têm que ser admitidos 38 enfermeiros. Segundo a administração, para colmatar estas saídas foi pedido autorização para contratar 11 enfermeiros e, no total, 49.

  • Setúbal

    Os enfermeiros do Hospital Garcia da Orta entregaram um abaixo-assinado à direção do hospital, no qual denunciam o despedimento de mais de 20 enfermeiros desde o início do mês. Dizem que a falta de pessoal está a afetar a qualidade dos cuidados de saúde e a reduzir o número de camas.

    A 6 6 de abril realizou-se um protesto pela melhoria dos cuidados de saúde na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano; algo que apenas será possível com a admissão de 100 enfermeiros com entrada imediata nos serviços.

  • Trás-os-montes

    Detectamos a necessidade de admissão de cerca de 100 enfermeiros entre o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e a Unidade Local de Saúde do Nordeste.