11 Março, 2015
Só no ACES Central (Concelhos de Faro, Albufeira, S. Brás, Loulé e Olhão) faltam 107 enfermeiros nos Centros de Saúde de acordo com as fórmulas de cálculo de pessoal. ARS apenas orçamentou 3 vagas para 2015.

Enfermeiros vão saindo mas não são substituídos. O Ministério da Saúde anuncia a contratação de 1000 enfermeiros para os Cuidados de Saúde Primários a nível Nacional, por outro lado a ARS Algarve tem ainda um concurso pendente para 10 vagas há cerca de 2 anos, que urge concluir para que se possa admitir mais enfermeiros.

A Unidade de Cuidados na Comunidade (UCC) de Faro tem falta de 3 enfermeiros no imediato, mas a necessidade real são de 15 enfermeiros. Esta carência de profissionais, aliada a 2 viaturas que se encontram avariadas desde Setembro, faz com que sejam cancelados cerca de 7 tratamentos diários nos domicílios. Acompanhava 133 doentes e passou para 80, tendo que promover “altas precoces”.

A falta de algum material para a realização de pensos, faz com que alguns utentes tenham que comprar do seu bolso, ou que sejam encontradas alternativas que não são as mais indicadas, resultando num processo de cicatrização mais longo. Também há falta de pilhas para os esfignomanómetros, falta tonners e tambores para as impressoras, como é o caso da USF Lauroé em Loulé que de 11 impressoras apenas 3 funcionam ou que não tem aparelhos em n.º suficiente para a auscultação do batimento cardíaco do bebé nas grávidas, ou ainda a falta de balanças e craveiras de adulto que foram pedidas em 2011 e ainda aguardam… Também em Quarteira há profissionais que se viram na iminência de comprar impressoras e tonners e utilizam o seu computador pessoal para o serviço.

Da carência ao desperdício com as vacinas da Gripe…

A gestão que é feita faz com que falte num lado para sobrar no outro, como é o caso das vacinas da gripe, que inicialmente eram para ser só administradas gratuitamente a utentes com mais de 65 anos, o que “obrigou” a que todos os outros tivessem que adquirir na farmácia. Resultado: Sobraram muitas vacinas, sendo que só no Centro de Saúde de Olhão são cerca de 700.

EXPERIÊNCIA PILOTO ENFERMEIRO DE FAMÍLIA NÃO AVANÇA

Governo emite um despacho a 12 de Janeiro onde indica 4 unidades no Algarve em Lagos, Faro, Tavira e Olhão, para darem início à experiência piloto do enfermeiro de família, curiosamente, a 2 de Janeiro.

À partida porque acredita que é uma solução para alguns dos problemas, tal como refere no preâmbulo do Despacho: “importa concretizar um modelo de prestação de cuidados de enfermagem centrado no enfermeiro de família, contribuindo assim para a modernização do SNS e para a adequação das respostas às necessidades em saúde dos cidadãos e das suas famílias”.

Anuncia para a comunicação social que está em marcha mais uma medida do Governo, mas na realidade até ao momento nenhuma das equipas de enfermagem destas unidades recebeu mais informação para avançar com o projecto, cuja avaliação se prevê ao final de 2 anos! Será na realidade uma medida eleitoralista?