18 Novembro, 2020
CH Lisboa Norte: gozo de férias suspensas e mais horas extraordinárias
Os enfermeiros do CHULN sentem-se desvalorizados e exigem o direito ao gozo das férias e o que lhes foi justamente prometido.

Em carta aberta, expusemos ao Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Lisboa Norte (CHULN), o sentimento de injustiça dos colegas.

A presente pandemia pelo SARS-CoV-2 veio desmascarar e intensificar os vários problemas que já existiam neste centro hospitalar. A carência generalizada de enfermeiros tornada pública pelo SEP há vários anos nunca foi colmatada por parte da administração deste Centro Hospitalar e o recurso a horas extraordinárias já era uma realidade nos serviços mesmo antes da pandemia.

O reforço das equipas não aconteceu e ainda antes de um segundo Estado de Emergência, a 4 de novembro, a administração publica um plano de contingência onde pondera a necessidade de, ao abrigo do Código de Trabalho, vir a suspender o direito a férias já marcadas para operacionalização deste plano de contingência.

Os colegas recebem informação por parte das enfermeiras supervisoras que sugerem a suspensão das férias a partir do dia 9 de novembro (ainda que a sua implementação não se verifique de forma uniforme nos serviços). Recebem também o pedido para a realização de mais horas extraordinárias.

Compreendendo a necessidade dos cuidados de enfermagem, a impossibilidade de gozar os dias de férias deve-se sobretudo à contratação insuficiente e à incapacidade da manutenção dos enfermeiros, devido a uma Carreira e um desenvolvimento profissional pouco cativante e ao desrespeito que o CHULN tem demonstrado.

Os enfermeiros não esquecem: a administração do CHULN comprometeu-se com o SEP a contabilizar os justos pontos para efeitos de progressão em 2018 e pagar retroativos/ diferenciais aos enfermeiros com CIT para os €1201,48 (com efeitos a 1 de janeiro de 2013) em janeiro de 2020 e não cumpriu.