29 Outubro, 2020
CHU Lisboa Central: continua a desconsiderar a nossa profissão
Depois de uma enfermeira grávida, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central despede agora enfermeira com doença degenerativa. Já solicitámos esclarecimento.

 

 

O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central que recentemente cessou o contrato de uma enfermeira que se encontra grávida, volta a fazê-lo, desta vez com uma jovem enfermeira a quem foi diagnosticada uma doença degenerativa.

Tendo em conta a carência de enfermeiros que é reconhecida na instituição e tendo sido prometido um contrato efetivo em ambos os casos, só podemos concluir que se trata de atos discriminatórios e desumanos por parte de um Conselho de Administração deste Centro Hospitalar cujos profissionais tão bem têm dignificado o Serviço Nacional de Saúde.

Estes dois exemplos são ilustrativos de uma realidade laboral que viola a Constituição da República Portuguesa, que promove a precariedade e que acaba por discriminar trabalhadores, em particular jovens e mulheres.

Quando muito se fala da baixa natalidade no nosso país, é preciso aferir as causas. A precariedade é uma delas.

Mais uma vez, este é o reconhecimento que este Conselho de Administração dá aos “heróis” enfermeiros que sempre enfrentaram condições de trabalho adversas, com exposição a agentes químicos, biológicos e físicos, ritmos elevados de trabalho, horários de trabalho desregulados. “Heróis” enfermeiros que estando sempre na linha da frente enfrentaram a pandemia por covid-19.

Quando esta desconsideração, com a profissão, chegou ao nosso conhecimento, pedimos novamente reunião, de caráter urgente, bem como explicações junto dos Ministério da Saúde.

Nota enviada à comunicação social a 29 de outubro 2020