19 Fevereiro, 2021
A Plataforma Lisboa em Defesa do SNS reuniu, a 18 de fevereiro, com o Grupo Municipal de Lisboa do Partido Ecologista Os Verdes onde se abordou a questão dos obstáculos do SNS e os problemas dos utentes.

 

Não há espaço para mais falhas no combate à pandemia.

Esta reunião teve como intuito a análise conjunta sobre os principais problemas e preocupações, em tempos de pandemia, na capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na cidade e Área Metropolitana de Lisboa.

A Plataforma Lisboa em Defesa do SNS realça o largo consenso obtido, com especial destaque, para o imperativo do Governo reforçar o investimento no SNS que permita continuar a dar resposta à pandemia e garantir a recuperação rápida das atividades canceladas ou reduzidas para acompanhar os doentes não Covid e promover a medicina preventiva.

Foi lembrado que a capacidade do SNS, nesta época de crise epidemiológica, teria sido melhor e com menor pressão dos profissionais de saúde se:

  • não tivessem sido encerradas milhares de camas ou unidades hospitalares, como o Hospital do Barro;
  • não tivesse sido destruída parte significativa dos serviços do Hospital Pulido Valente;
  • não houvesse algumas dezenas de centros de saúde instalados em edifícios precários;
  • não tivesse sido negligenciada a importância de implantar uma rede de cuidados continuados pública;
  • não tivesse havido desrespeito sistemático, pelos profissionais de saúde, com a desvalorização das suas carreiras, salários e condições de trabalho que faz com que muitos saiam do SNS.

 

Foi ainda referido que nas políticas e medidas a tomar é necessário dar atenção para o facto da maioria dos trabalhadores do SNS serem mulheres, tendo os seus problemas específicos, e também que Lisboa é uma cidade envelhecida, tendo esta camada da população maior vulnerabilidade, maior iliteracia na saúde, em que inclusivamente vários estudos apontam para terem aumentado as desigualdades no acesso à saúde.

Assim a Plataforma Lisboa em Defesa do SNS e o Grupo Municipal de Lisboa do Partido Ecologista Os Verdes comprometeram-se, no âmbito da sua intervenção, a levantar estas questões, exigindo a sua solução, através do reforço SNS, com a entrada de mais profissionais com vínculo permanente e com as seguintes reivindicações específicas, junto do Governo e da Câmara Municipal de Lisboa:

  • disponibilização de verbas para investir na recuperação física dos Hospitais mais antigos, com destaque para o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central e de equipamentos;
  • aceleração da implantação das novas instalações previstas para as unidades dos Centros de Saúde que ocupam edifícios sem condições;
  • reforço do acompanhamento da população que foi infetada pela Covid-19 e que ficou com diversas patologias;
  • aquisição de outras vacinas aprovadas pela Organização Mundial de Saúde e não apenas as contratualizadas pela União Europeia;
  • programas que permitam acompanhar a situação precária dos lares, incluindo os ilegais e também dos idosos em casa;
  • reforço de verbas para os cuidados de saúde primários, para que todos os utentes tenham médico e enfermeiro de família, para aumentar a resposta a todos os níveis de promoção da saúde e prevenção da doença.

Por um SNS universal, geral e gratuito para servir a população de Lisboa.

 

PLATAFORMA LISBOA EM DEFESA DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE:
Comissão de Utentes da Cidade de Lisboa, Dir. Reg. Lisboa do Sindicato Enfermeiros Portugueses, FARPIL/MURPI, Movimento Democrático de Mulheres, Inter-Reformados de Lisboa, Movimento de Utentes dos Serviços Públicos, Sindicato Médicos da Zona Sul, Sindicato Trab. em Funções Públicas, Sindicato Nacional dos Psicólogos, Comissão de Utentes da Amadora e Sintra e União dos Sindicatos de Lisboa- CGTP-IN | plataformalxsns@gmail.com