Foi realizada a 20 de janeiro de 2014 uma reunião entre os Sindicatos dos trabalhadores – Enfermeiros, médicos e trabalhadores da função pública e sociais – e o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Lisboa Norte.
Encerramento do Hospital Pulido Valente
O Conselho de Administração admite ter recebido muitas reclamações em livro de utentes descontentes com a possibilidade de encerramento do HPV.
Informaram que houve reuniões com responsáveis do HPV. Justificaram as fusões e fecho de serviços com a saída de profissionais (só médicos, mais de 100).
Em 2013, encerraram algumas especialidades que levaram a uma perda de 81 camas.
Em 2014, perspectivam para o HPV:
- O encerramento do serviço de cardiologia, mas a manutenção do internamento;
- Manutenção da especialidade da pneumologia, da medicina III, reabilitação de cardiologia, cirurgia ambulatória, Bloco Operatório (BO), imagiologia, hospital de dia e centro de formação;
- O BO receberá doentes em listas de espera de toda a área metropolitana de Lisboa, nomeadamente do H. Garcia de Orta e Fernando Fonseca;
- Concentração da cardiotorácica do CHLN, EPE;
- Redução da farmácia;
- Transferência de todo o Instituto Português do Sangue e Transplantação para as instalações;
- 30% da área destinada a organizações de responsabilidade social;
- Construção de uma creche;
- Abertura de 100 camas de cuidados continuados concessionadas ao setor social, em troca de realização de obras, quotas de referência e de que os serviços da área clínica sejam prestados pelo CHLN, EPE (admitem mesmo que se não houver funcionários voluntários, poderão haver trabalhadores, nomeadamente enfermeiros, a prestar cuidados).
Concluindo, referem que em 2014, devido aos compromissos assumidos, o HPV não fechará.
Os sindicatos defendem que as fusões de serviços e a chamada reorganização hospitalar traduzem-se em encerramentos, em redução de cuidados e de trabalhadores e em piores cuidados, como é exemplo o serviço de gastro, considerado o melhor serviço hospitalar da Europa, em 2006.
O funcionamento da farmácia tem originado uma espera de medicamentos de 4 a 5 horas.
A espera de exames complementares de diagnóstico passou de 6 meses para um ano.
Por último, os sindicatos demonstraram preocupação com a falta de informação, com o risco de despedimentos e com o empobrecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Os sindicatos dos Enfermeiros Portugueses, dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e dos Médicos da Zona Sul consideram que o HPV é um hospital centenário de qualidade, dotado de equipas profissionais de excelência, que não pode encerrar sem que haja uma alternativa viável e que deve manter as características de prestação de cuidados exclusivamente públicos.