28 Julho, 2020
Os enfermeiros das PPP não são enfermeiros de “segunda”. Iremos denunciar estes problemas no dia 12 de agosto, pelas 11 horas, em frente ao Hospital Beatriz Ângelo.

O modelo das Parcerias Público-Privadas sorve dinheiros públicos para os grupos privados e deixa muito a desejar no que toca aos direitos dos seus trabalhadores. O Hospital Beatriz Ângelo (HBA) é um exemplo desta problemática, a exploração é evidente e sentida pelos enfermeiros que aqui trabalham.

A nova Lei de Bases da Saúde centra-se na motivação dos profissionais de saúde onde refere que “a saúde é um setor onde a mão-de-obra é intensiva, onde se trabalha 7 dias por semana 24 horas por dia e por isso é essencial um investimento numa política para as profissões de saúde que estimule a motivação pelo trabalho no SNS mas também a indispensável produtividade”.

Entre esta leitura e a realidade deste hospital existe uma profunda divergência:
1. Carga horária de 40 horas semanais, superior ao praticado nas restantes instituições do SNS.
2. Elevados ritmos de trabalho e sobrecarga laboral (horas extraordinárias) o que leva a um
estado de exaustão e um condicionamento da vida pessoal e familiar.
3. Carência de enfermeiros nos serviços e a precarização do vínculo (recibos verdes).

Estas más condições de trabalho provocam grande rotatividade nas equipas o que leva a uma grande instabilidade nos serviços.

Seguindo os interesses da população e dos enfermeiros, o SEP e os enfermeiros exigem:

O fim do modelo das PPP, cumprindo o estabelecido na nova Lei de Bases da Saúde;
O cumprimento dos direitos de parentalidade e a conciliação do trabalho com a vida familiar e
pessoal;
A regulamentação dos horários de trabalho com aplicação das 35 horas de trabalho;
O fim da precariedade – a cada posto de trabalho permanente, um vínculo efetivo;
A harmonização de direitos tendo por base a legislação que vigora nas restantes instituições do
SNS;
A contratação de mais enfermeiros.