Os enfermeiros do Hospital privado de Azeitão – Nossa Senhora da Arrábida continuam por ver resolvidas questões como os horários, condições de trabalho e hierarquia de enfermagem.
Para resolver os vários problemas identificados neste hospital pedimos reunião à Direção. Por ausência de resposta atempada (pedido em março e reiterado em junho) reunimos com a Autoridade para as Condições de Trabalho.
A 25 de julho reunimos com o Diretor Operacional de Portugal, o Diretor dos Recursos Humanos e a Diretora-adjunta e expusemos as questões problemáticas reportadas pelos enfermeiros.
Estas situações, nomeadamente: carência de enfermeiros, horários e condições de trabalho irregulares, não pagamento de trabalho suplementar/extraordinário, falsos “recibos verdes”, não consagração da gestão e exercício autónomo da profissão, foram algumas das matérias entretanto reportadas às entidades competentes.
A 25 de julho os responsáveis institucionais (Direção) afirmaram que pretendem cumprir a legislação e regularizar a situação dos enfermeiros tendo dado como exemplo terem estabelecido vínculos sem termo e acabado com a subcontratação, o que saudámos.
Neste contexto defendemos e propusemos:
Horários e condições de trabalho
_ Estabelecer as 35 horas semanais de trabalho;
_ Valorização dos salários e dos suplementos;
_ Concretizar a valorização de todos os enfermeiros considerando a sua antiguidade, funções e formação;
_ Valorização da experiência profissional e da formação no momento da admissão;
_ Estabelecer uma estrutura de carreira que garanta a concretização de progressões, valorize a experiência profissional e a formação acrescida.
Referimos que estas são condições indispensáveis para promover a estabilidade dos enfermeiros e a conciliação da sua vida profissional e pessoal.
A Direção admitiu a dificuldade de contratar e de fixar enfermeiros o que reforça a necessidade de melhorar as condições de trabalho. A consequência será a melhoria da imagem do hospital junto dos clientes.
Propusemos ainda a negociação de uma convenção com o SEP que permita salvaguardar as condições laborais e remuneratórias e organizar uma estrutura de carreira interna.
A Direção referiu-nos que pretendia melhorar as condições de trabalho e remuneratórias dos enfermeiros:
- Que equacionava a possibilidade de consagrar as 35 horas semanais, mas que ainda não tinha condições de apresentar proposta definitiva.
- Que está a avaliar o aumento do valor base dos vencimentos dos enfermeiros/as por forma a cativar e motivar as equipas.
Informou-nos ainda que:
– Tinham regularizado todos os contratados com vínculos precários e que passaram a contratar, através de vinculação definitiva;
– Vão regularizar o pagamento do trabalho extraordinário em dívida no próximo mês;
– Estão a tentar contratar enfermeiros.
Hierarquia de enfermagem
Questionámos sobre a nomeação de Enfermeiro(a) Diretor(a) e restantes cargos de gestão previstos. Entendemos, em conformidade com a legislação em vigor, que deve existir uma hierarquia de enfermagem que deve depender diretamente da Direção. Em questões do exercício profissional os enfermeiros só podem responder perante os seus pares e que a prestação e gestão de cuidados só podem ser feitas por enfermeiros.
Informaram-nos que atualmente existem 2 enfermeiros “responsáveis”. Garantiram-nos que estes assumem a direção dos profissionais de enfermagem e dos serviços com autonomia e que dependem e respondem diretamente à Direcção.
Proposta negocial
Vamos continuar a acompanhar os enfermeiros e a lutar pela melhoria das suas condições de trabalho.
Reiterámos perante os responsáveis institucionais, a nossa disponibilidade para avançar com a negociação de uma convenção, que garanta não só melhores condições de trabalho aos enfermeiros, mas também a estabilidade e funcionalidade dos serviços, tendo para já ficado agendada para o próximo dia 19 de agosto uma visita às instalações e contactos com os colegas.