13 Agosto, 2020
Santa Casa da Misericórdia do Barreiro: colmatar a falta de enfermeiros recorrendo ao SNS

No passado fim-de-semana, os enfermeiros do ACES Arco Ribeirinho/Centros de Saúde do Barreiro, foram coagidos a fazer trabalho extraordinário na Santa Casa da Misericórdia (SCM) do Barreiro para colmatar a carência estrutural existente.

 

A SCM do Barreiro há muito que desvaloriza a necessidade de contratar e fixar enfermeiros e prova disso são as propostas de trabalho indignas, abaixo de 4 €/hora. Não surpreende que as equipas estejam reduzidas e exista sérias dificuldades na contratação.

Assinalámos positivamente, que tenham sido encontradas soluções, para o pagamento aos enfermeiros do Centro de Saúde mobilizados para o efeito, da responsabilidade da SCM.

Contudo e como temos vindo a denunciar, regista-se a existência de um número insuficiente de enfermeiros/as face ao número de utentes neste tipo de instituições, nomeadamente em Lares e Unidade de Cuidados Continuados Integrados.

Os cálculos para a contratação não têm por base a norma do órgão regulador (Ordem dos Enfermeiros), o que subdimensiona as equipas e, consequentemente, limita as intervenções de saúde no âmbito dos cuidados de enfermagem, tornando ingeríveis situações imprevistas como a ocorrida recentemente, em consequência da Pandemia por SARS-CoV-2.

Muitas destas intuições melhoraram as condições de trabalho e remuneratórias, equiparando-as à tabela salarial do sector público, promovendo a estabilidade nas equipas por meio da correcta valorização do tempo de serviço na instituição e conseguiram assim estar melhor preparados para esta Pandemia.

Esta situação evidencia a impreparação desta instituição no que se refere ao seu Plano de Contingência, tendo já sido solicitado informações acerca do mesmo à SCM Barreiro, bem como o ponto de situação quanto a Equipamentos de Protecção Individual, organização das equipas, desde logo por meio de correctas dotações de profissionais.

O SEP teve também conhecimento que a SCM do Barreiro esteja a protelar a saída dos seus utentes com alta do Hospital do Barreiro. Consideramos inadmissível uma vez que pode comprometer a resposta a outros utentes que necessitem de uma resposta hospitalar.

 

Nota à comunicação social enviada a 13 de agosto