13 Agosto, 2014
Ministro da Saúde faz declarações falaciosas sobre a carência e consequente exaustão dos enfermeiros e acusa que é devido à acumulação de funções que estão exaustos.

Acumulações de funções, de acordo com a lei, têm que ser autorizadas pelas administrações e, no essencial são para fazer funções diferentes das que são exercidas nas instituições de origem.

Ministro da Saúde, hoje, em declarações públicas afirmou que a situação de exaustão dos enfermeiros deve-se, no essencial, ao facto dos enfermeiros acumularem funções e por contestarem o aumento do horário de trabalho para as 40h.

O SEP considera estas declarações falaciosas e intelectualmente desonestas.

Como é do conhecimento do Ministro da Saúde, a lei impõe que os enfermeiros, tenham que pedir autorização nas instituições onde exercem funções, para acumularem.

Na maioria dos casos, essas acumulações são para o exercício de funções diferentes daquelas que exercem (como a lei determina), nomeadamente, formação.

As acumulações autorizadas pelas administrações nomeadas pelo Ministro da Saúde rondarão os cerca de 5 a 6% do total dos enfermeiros.

Utilizar este argumento é desvalorizar o esforço que os enfermeiros têm vindo a fazer, no SNS, decorrente da ausência de admissões que superem a carência identificada seja por aposentações, rescisões de contratos e/ou ausências prolongadas.

Também, e quanto ao aumento da carga horária, é verdade que Paulo Macedo foi insensível aos argumentos e à evidência das consequências desse aumento MAS na realidade todos os enfermeiros estão a fazer em média, mais cerca de 50h por horário de trabalho/serviço.

Aliás, Paulo Macedo proferiu estas declarações no Hospital de Braga, um dos muitos hospitais que não está a cumprir a Lei imposta pelo Ministro da Saúde (8h/dia) registando-se na maioria dos serviços 12h/dia e às vezes mais.