4 Julho, 2018
Entre abril e maio saíram 77 enfermeiros e foram admitidos apenas 24 nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde. Os dados são do Ministério da Saúde. A carência é estrutural e agrava-se a cada mês que passa.

 

A passagem para as 35 horas dos enfermeiros a Contrato Individual de Trabalho estava prevista desde outubro de 2017 e deveriam ter sido admitidos os necessários e reportados pelas instituições, até ao final de junho. Não aconteceu.

O Ministro da Saúde anunciou, há duas semanas, que seriam autorizadas as contratações de 2.000 profissionais – não apenas enfermeiros, mas para todos os grupos profissionais.

E afirma ser da responsabilidade de cada administração utilizar, como entender, a quota que lhe foi destinada para admitir os profissionais de cada grupo profissional – ainda que saiba que as 2.000 autorizações são manifestamente insuficientes.

Só de enfermeiros são necessários 1.976.

 

Mas o panorama é mais grave

De acordo com os dados do Ministério da Saúde (balanço social), entre abril e maio saíram 77 enfermeiros e apenas foram admitidos 24.

Constata-se que o volume de saídas entre outubro de 2017 e maio de 2018 foi de 384. As admissões foram apenas de 111.

O saldo é de menos 273 enfermeiros naquele período de tempo. Estas saídas, sem substituição, por ausência de autorização para contratar, aumenta a pressão sobre as instituições.

O “caminho” para a ruptura das instituições tem vindo paulatinamente a acontecer com o “fechar de olhos” do governo – razão pela qual terão que ser responsabilizados pelo agravamento dessas situações, após o dia 1 de julho.

 

 

Nota enviada à comunicação social a 4 de julho de 2018.