23 Março, 2018
Pressão continua: pedida reunião urgente ao Governo pela gravíssima carência de Enfermeiros
Apesar do divulgado aumento do número de enfermeiros contratados para o Serviço Nacional de Saúde, constatamos uma gravíssima carência de enfermeiros na generalidade das instituições de saúde.

 

Esta carência estrutural:

1. Impede o acesso de utentes a cuidados de saúde e a cuidados de enfermagem (não realização de consultas de enfermagem e de intervenções cirúrgicas, reduzida taxa de ocupação de instituições);

2. Coloca em causa a qualidade e a segurança dos cuidados e o tempo útil em que são prestados. O aumento da procura face à capacidade de alocação de doentes a serviços de internamento tem determinado a manutenção desses doentes em macas, quer nos corredores das urgências quer em corredores dos serviços de internamento;

3. Por outro lado, o “perfil” dos doentes internados alterou-se profundamente nos últimos anos: os doentes são mais idosos, mais dependentes e com mais morbilidades e doenças crónicas. Nestas circunstâncias requerem mais cuidados de enfermagem, o que exige maior número de enfermeiros por turno/por serviço.

 

À carência estrutural de enfermeiros acresce a não contratação de enfermeiros para substituição de outros que se ausentam, temporária ou definitivamente.

Para garantir o “funcionamento (mínimo)” dos serviços, os enfermeiros realizam milhares de horas extraordinárias que, na generalidade, não são pagas e há inadmissíveis reduções do número de enfermeiros por turno. Os níveis de exaustão física e psíquica (síndrome de Burnout), que vários estudos comprovam, são insustentáveis.

Como o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) tem alertado e denunciado, todo este diagnóstico de situação se agravará insustentavelmente, designadamente, com a aplicação do Período Normal de Trabalho de 35 horas semanais aos enfermeiros com Contrato Individual de Trabalho (CIT), em pleno período de férias.

É neste quadro que o SEP solicita a marcação de uma reunião conjunta ao Ministério da Saúde – e com caráter urgente.

Leia a carta na íntegra neste link.