A maior afluência ao Serviço de Urgência do Hospital Senhora da Oliveira determinou um aumento dos tempos de espera.
Em consequência, podemos constatar a existência de doentes em maca nas salas de triagem e demais espaços livres do serviço de urgência. Tornou-se, assim, mais visível a falta de recursos humanos e materiais, comparativamente a outras épocas do ano.
Atempadamente, solicitámos reunião à administração do hospital para discutir um plano de admissão de enfermeiros, com o objetivo de:
- pagar as horas em dívida,
- aumentar o número de efetivos diminuindo a estrutural carência de enfermeiros
- e as admissões de enfermeiros ao abrigo do Plano de Contingência.
A administração até à data não agendou reunião.
O reforço da equipa de Enfermagem só aconteceu a 9 de janeiro, no início no turno da tarde.
De acordo com a informação obtida junto da Enfermeira Diretora haverá, ainda, a contratação de 12 enfermeiros, estando já a proceder às entrevistas.
Temos denunciado a diminuição do número de enfermeiros nos serviços e as implicações para os doentes.
Para além das denúncias de falta de enfermeiros e da degradação das condições de trabalho, temos apresentado propostas.
- Os hospitais têm como missão dar resposta à situação aguda de doença. A maioria dos doentes internados nos hospitais, e caso ainda necessitassem de alguns cuidados diferenciados, poderiam e deveriam estar em camas da rede de cuidados continuados.
- Os cuidados de manutenção deveriam, preferencialmente, ser prestados em casa. Para isso deveria ser prioritário, para este e anteriores governos, reforçar o número de profissionais nos cuidados de saúde primários e discutir com estes novas formas de organização em função das necessidades há muito identificadas: população idosa, muitos a viverem sós e com diagnósticos clínicos de várias doenças crónicas.
- O modelo que se mantém, na generalidade dos serviços, que obriga os doentes e utentes a deslocarem-se aos serviços de saúde tem que ser preterido a um outro que promova maior relação de proximidade e de confiança com os utentes e famílias que permita que ao menor sinal de aparecimento de sinais de agravamento da sua situação clínica, estes se sintam confortáveis em chamar e ter um profissional de saúde na sua casa.
Continuar a exigir mais camas é continuar a exigir um modelo que não dá, nem dará, as respostas necessárias se exigem aos doentes, utentes e famílias.
Reportagem da RTP | emissão 09.01.2018