10 Janeiro, 2018
O caos na urgência de Guimarães e as medidas que continuam por adotar
A maior afluência ao Serviço de Urgência do Hospital Senhora da Oliveira determinou um aumento dos tempos de espera.  

Em consequência, podemos constatar a existência de doentes em maca nas salas de triagem e demais espaços livres do serviço de urgência.  Tornou-se, assim, mais visível a falta de recursos humanos e materiais, comparativamente a outras épocas do ano.

Atempadamente, solicitámos reunião à administração do hospital para discutir um plano de admissão de enfermeiros, com o objetivo de:

  • pagar as horas em dívida,
  • aumentar o número de efetivos diminuindo a estrutural carência de enfermeiros
  • e as admissões de enfermeiros ao abrigo do Plano de Contingência.

A administração até à data não agendou reunião.

O reforço da equipa de Enfermagem só aconteceu a 9 de janeiro, no início no turno da tarde. 

De acordo com a informação obtida junto da Enfermeira Diretora haverá, ainda, a contratação de 12 enfermeiros, estando já a proceder às entrevistas.

Temos denunciado a diminuição do número de enfermeiros nos serviços e as implicações para os doentes.

Para além das denúncias de falta de enfermeiros e da degradação das condições de trabalho, temos apresentado propostas.

  • Os hospitais têm como missão dar resposta à situação aguda de doença. A maioria dos doentes internados nos hospitais, e caso ainda necessitassem de alguns cuidados diferenciados, poderiam e deveriam estar em camas da rede de cuidados continuados.
  • Os cuidados de manutenção deveriam, preferencialmente, ser prestados em casa. Para isso deveria ser prioritário, para este e anteriores governos, reforçar o número de profissionais nos cuidados de saúde primários e discutir com estes novas formas de organização em função das necessidades há muito identificadas: população idosa, muitos a viverem sós e com diagnósticos clínicos de várias doenças crónicas.
  • O modelo que se mantém, na generalidade dos serviços, que obriga os doentes e utentes a deslocarem-se aos serviços de saúde tem que ser preterido a um outro que promova maior relação de proximidade e de confiança com os utentes e famílias que permita que ao menor sinal de aparecimento de sinais de agravamento da sua situação clínica, estes se sintam confortáveis em chamar e ter um profissional de saúde na sua casa.

Continuar a exigir mais camas é continuar a exigir um modelo que não dá, nem dará, as respostas necessárias se exigem aos doentes, utentes e famílias.

 

Reportagem da RTP | emissão 09.01.2018