13 Agosto, 2015
“É possível fazer mais com menos”. Esta é a frase várias vezes repetida por Passos Coelho e Paulo Macedo. A incapacidade da maternidade do Hospital em dar resposta no acompanhamento das grávidas, que agora foi tornado público, já estava identificada há muito. Agora apenas se concretizou.

Este problema decorre da política do “fazer mais com menos” que determinou cortes nos salários, nas horas extraordinárias, na desvalorização dos “funcionários públicos” levando a que muitos tivessem pedido a aposentação antecipada, emigrado ou optassem pelo sector privado.

Tentar transferir a responsabilidade do acompanhamento das grávidas para os Centros de Saúde sugerindo que possam ali fazer os exames complementares de diagnóstico é vergonhoso porquanto é do conhecimento público não existirem meios técnicos para isso. E mesmo que venham a realizar os exames no “convencionado”, não há especialistas para acompanhar as grávidas!

O Ministério da Saúde sabia e tem sido alertado para a necessidade de revalorizar as carreiras profissionais do sector da saúde contudo a sua opção é aprofundar os problemas e continuar uma política de degradação do SNS para potenciar o sector privado.

Carência de profissionais de saúde, aumento dos casos de tuberculose entre profissionais sem resposta atempada, destruição de quartos de isolamento, etc.

Este é o Centro Hospitalar do Algarve no Verão de 2015. É também por estas razões que os enfermeiros do Algarve hoje estarão em greve.