28 Maio, 2013
O SEP e o Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas (STFPSSRA) acusam o presidente da ARS do Algarve, Martins dos Santos, de falar meias verdades e não esclarecer cabalmente os trabalhadores.

 

Segundo os sindicatos, Martins dos Santos, terá finalizado um “tour” pelos 3 hospitais da região com o intuito de esclarecer a opção pela criação do centro hospitalar do Algarve. Contudo, as dúvidas parecem subsistir aos esclarecimentos razão pela são tecidas as seguintes considerações:

  1. Martins dos santos afirma que a criação do centro hospitalar foi uma proposta muito ponderada e teve início no final de 2011. Foi discutida com as duas administrações, com os autarcas e com os sindicatos. É mentira. Os dois sindicatos – SEP e STFPSSRA – não foram ouvidos. O presidente da ARS do Algarve nunca solicitou nenhuma reunião para discutir este assunto. Os Conselhos de Administração sempre informaram que não estavam envolvidos nesta discussão. Conclusão: quanto ao envolvimento dos sindicatos é mentira. Quanto às administrações, alguém mente.
  2. Nunca foi dito que a ACSS estaria a desenvolver um estudo que fundamentasse a decisão do governo para a criação do centro hospitalar. O SEP, a 5 de Abril, solicitou dados que suportassem a afirmação que esta fusão traria ganhos. Nunca foram enviados. Do anúncio de 45 milhões de poupanças com a fusão os sindicatos exigem saber onde e como.
  3. Assume a carência de mais de 600 profissionais no conjunto das 2 unidades: 273 médicos, 161 assistentes operacionais e 158 enfermeiros. Quanto aos médicos Martins do Santos diz existir uma dificuldade em cativá-los para a região. Já o mesmo não se pode dizer relativamente aos dois outros grupos profissionais. Porque não são contratados enfermeiros e assistentes operacionais?
  4. Refere que entre 2011 e 2012 existiu uma redução da despesa total, nos 2 hospitais, em 20,4 milhões de euros decorrentes de medidas locais e nacionais. Convém lembrar que esta redução deve-se me grande parte ao corte nos salários, suplementos, subsídios de natal e férias, horas extra não pagas, falta de material diverso e de fraca qualidade e mesmo falta de alguma medicação.
  5. Quanto à harmonização da carga horária e salário dos profissionais com CIT para as 35 horas/semana (Portimão é de 40h e em Faro é de 35h), o presidente da ARS escudou-se na ainda proposta de orçamento rectificativo em que impõe a passagem a todos para 40h/semana. Por aqui se vê a inexistente democracia quando se assume como lei uma proposta que ainda não foi negociada com os sindicatos nem aprovada na Assembleia da República. Vergonhoso! Importa relembrar o percurso de Martins dos Santos, activo líder do sindicato independente dos médicos ou, ainda, a sua passagem pela ordem dos médicos promovendo a ética e a regulação do exercício profissional dos médicos. Martins dos Santos agora dirigente nomeado pelo moribundo governo escuda-se numa proposta de lei que vai diminuir as condições de vida e de trabalho dos profissionais.
  6. Assumiu que poderá existir mobilidade de trabalhadores mas quanto à organização concreta do funcionamento dos serviços remeteu para o próximo conselho de administração.

 

Naturalmente que os trabalhadores lamentam esta forma de atuação e não podem deixar de ser ouvidos no passo seguinte. Se Martins dos Santos afirma que o sucesso só será possível com a colaboração de todos, então exige-se que todos sejam ouvidos.

Assinam esta informação o SEP e o STFPSSRA

Informação enviada à comunicação social a 28 de maio de 2013